Estou abrindo esse tópico como uma curiosidade acerca de como as mulheres trans que atuam no mercado de programas sexuais projetam suas vidas no futuro, quando chegarem, digamos, aos 40 ou 50 anos de idade. Como esperam que suas vidas estejam quando atingirem esta idade?
Antes de mais nada, embora pareça inútil, seria interessante pedir ao pessoal que deixasse o tópico fluir (se é que esse tipo de tópico terá quórum suficiente de participantes para produzir algum esclarecimento interessante) sem ofensas e provocações.
Infelizmente, a expectativa de vida média da população trans aqui no Brasil é muito baixa: apenas 35 anos, metade da expectativa média da população em geral:
https://www12.senado.leg.br/noticias...media-nacional
Isso é algo alarmante e um reflexo direto da estrutura altamente transfóbica da sociedade, que acaba empurrando a maioria das trans para a prostituição (majoritariamente de rua), onde várias acabam se envolvendo com drogas, crimes e sendo vitimadas pela violência, seja gratuitamente, seja por motivos de vingança. Uma outra parte significativa morre também devido a complicações decorrentes da AIDS. De fato, existem estimativas de que mais da metade das travestis na cidade de SP em meados da década de 90 seria portadora do HIV:
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/199...idiano/23.html
Estimativas mais recentes indicam que 12% da população trans seria portadora do HIV:
http://www.brasil.gov.br/saude/2015/...-pais-pelo-sus
Não dá para saber ao certo a confiabilidade destes números, mas a prevalência de HIV entre as trans em diferentes estudos tem se mostrado bem acima dos demais segmentos da população, mesmo quando comparada a outros grupos de risco, como os gays.
Diante deste quadro calamitoso, como as trans que fazem programa projetam o seu futuro para 10, 20, 30 anos a frente?
Sou cliente de garotas de programa, e no caso da prostituição de mulheres genéticas, existem diferentes ramificações. Na visão de grande parte da população leiga, haveria apenas a figura da mulher explorada que estaria se prostituindo para conseguir sobreviver e sustentar a família. Ainda que existam casos deste tipo, a prostituição nos flats de Moema e privês de Copacabana é majoritariamente composta por um perfil diferente de mulheres. São mulheres que teriam condições de exercer sem problema ou dificuldade alguma outras funções profissionais, mas que de forma absolutamente voluntária e sem pressão das circunstâncias da vida escolheram adentrar no mercado de préstimos sexuais remunerados.
A ideia é a de fazer dinheiro rápido (não fácil, ao contrário do dito popular, pois certamente não é tarefa simples atender diariamente vários homens pelos quais elas não sentem qualquer atração, e muito pelo contrário, em vários caso sentem repúdio e asco). De fato, uma garota de programa que consiga manter um bom padrão de atendimento, sendo bem avaliada em sítios especializados como o Gpguia, em menos de 10 anos, se tiver boa cabeça para administrar o patrimônio financeiro arrecadado, consegue se aposentar e manter uma boa vida. Não são todas que conseguem este feito, em primeiro lugar porque uma boa parte delas não consegue aguentar tanto tempo na prostituição (o que mostra que não se trata de algo "fácil"!), e também porque boa parte não sabe administrar bem suas finanças. Mas existem vários exemplos de garotas de programa que estão muito bem de vida, abriram negócios próprios, etc.
Na parte pessoal, eu tenho a impressão que, após algum tempo na prostituição, uma parcela bem significativa das garotas de programa se tornam lésbicas full-time. Não tenho como dizer ao certo, mas possivelmente grande parte delas sigam suas vidas pós-prostituição ao lado de outras mulheres, e não ao lado de homens (exceto no caso de algumas que consigam arrumar alguém endinheirado para bancá-las por um tempo).
Agora, no caso das trans, eu não sei como são as projeções de longo prazo (exceto pelos dados nada animadores acima mencionados, de uma expectativa média de vida baixíssima, que não passa de 35 anos).
Então, caso algumas meninas queiram dizer aqui quais seus planos futuros, de uma forma geral (quanto tempo projetam permanecer na prostituição, se estudam visando uma carreira formal, se pretendem abrir um negócio próprio, se pretendem se casar futuramente e constituir família, etc), seria algo interessante de se saber. De fato, não há muita informação em geral disponível na internet sobre o mundo trans, de tão marginalizado que este meio é.
Antes de mais nada, embora pareça inútil, seria interessante pedir ao pessoal que deixasse o tópico fluir (se é que esse tipo de tópico terá quórum suficiente de participantes para produzir algum esclarecimento interessante) sem ofensas e provocações.
Infelizmente, a expectativa de vida média da população trans aqui no Brasil é muito baixa: apenas 35 anos, metade da expectativa média da população em geral:
https://www12.senado.leg.br/noticias...media-nacional
Isso é algo alarmante e um reflexo direto da estrutura altamente transfóbica da sociedade, que acaba empurrando a maioria das trans para a prostituição (majoritariamente de rua), onde várias acabam se envolvendo com drogas, crimes e sendo vitimadas pela violência, seja gratuitamente, seja por motivos de vingança. Uma outra parte significativa morre também devido a complicações decorrentes da AIDS. De fato, existem estimativas de que mais da metade das travestis na cidade de SP em meados da década de 90 seria portadora do HIV:
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/199...idiano/23.html
Estimativas mais recentes indicam que 12% da população trans seria portadora do HIV:
http://www.brasil.gov.br/saude/2015/...-pais-pelo-sus
Não dá para saber ao certo a confiabilidade destes números, mas a prevalência de HIV entre as trans em diferentes estudos tem se mostrado bem acima dos demais segmentos da população, mesmo quando comparada a outros grupos de risco, como os gays.
Diante deste quadro calamitoso, como as trans que fazem programa projetam o seu futuro para 10, 20, 30 anos a frente?
Sou cliente de garotas de programa, e no caso da prostituição de mulheres genéticas, existem diferentes ramificações. Na visão de grande parte da população leiga, haveria apenas a figura da mulher explorada que estaria se prostituindo para conseguir sobreviver e sustentar a família. Ainda que existam casos deste tipo, a prostituição nos flats de Moema e privês de Copacabana é majoritariamente composta por um perfil diferente de mulheres. São mulheres que teriam condições de exercer sem problema ou dificuldade alguma outras funções profissionais, mas que de forma absolutamente voluntária e sem pressão das circunstâncias da vida escolheram adentrar no mercado de préstimos sexuais remunerados.
A ideia é a de fazer dinheiro rápido (não fácil, ao contrário do dito popular, pois certamente não é tarefa simples atender diariamente vários homens pelos quais elas não sentem qualquer atração, e muito pelo contrário, em vários caso sentem repúdio e asco). De fato, uma garota de programa que consiga manter um bom padrão de atendimento, sendo bem avaliada em sítios especializados como o Gpguia, em menos de 10 anos, se tiver boa cabeça para administrar o patrimônio financeiro arrecadado, consegue se aposentar e manter uma boa vida. Não são todas que conseguem este feito, em primeiro lugar porque uma boa parte delas não consegue aguentar tanto tempo na prostituição (o que mostra que não se trata de algo "fácil"!), e também porque boa parte não sabe administrar bem suas finanças. Mas existem vários exemplos de garotas de programa que estão muito bem de vida, abriram negócios próprios, etc.
Na parte pessoal, eu tenho a impressão que, após algum tempo na prostituição, uma parcela bem significativa das garotas de programa se tornam lésbicas full-time. Não tenho como dizer ao certo, mas possivelmente grande parte delas sigam suas vidas pós-prostituição ao lado de outras mulheres, e não ao lado de homens (exceto no caso de algumas que consigam arrumar alguém endinheirado para bancá-las por um tempo).
Agora, no caso das trans, eu não sei como são as projeções de longo prazo (exceto pelos dados nada animadores acima mencionados, de uma expectativa média de vida baixíssima, que não passa de 35 anos).
Então, caso algumas meninas queiram dizer aqui quais seus planos futuros, de uma forma geral (quanto tempo projetam permanecer na prostituição, se estudam visando uma carreira formal, se pretendem abrir um negócio próprio, se pretendem se casar futuramente e constituir família, etc), seria algo interessante de se saber. De fato, não há muita informação em geral disponível na internet sobre o mundo trans, de tão marginalizado que este meio é.
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